Displasia Doença A displasia coxo-femural é uma doença comum e hereditária, que causa desenvolvimento anormal do quadril, o que pode levar a diferentes graus de artrite. É uma doença de herança poligênica (vários genes envolvidos), mas que também pode sofrer influência de fatores ambientais, como taxa de crescimento, peso, piso escorregadio, entre outros. Geralmente, acomete cães de grande porte, porém cães de pequeno porte também podem ser afetados. Diagnóstico O diagnóstico é feito por meio do exame radiográfico. A OFA ( The Canine Health Information) Fundação Ortopédica para Animais recomenda que os animais tenham pelo menos 2 anos ao serem avaliados em definitivo e que, após essa idade, o criador deve realizar exames regularmente para controle. Os animais com diagnóstico positivo não devem ser utilizados para reprodução. Há outros métodos para avaliar displasia, como PENNHIPS. Sintomas Os sintomas iniciais incluem elevar o quadril ao correr e dificuldade ao levantar-se ou ao subir escadas. Tratamento Geralmente, é feito por meio do uso de medicamentos anti-inflamatórios e condoprotetores. No entanto, em estágios mais avançados, a intervenção cirúrgica pode ser indicada, além do uso de drogas para dor intensa. Luxação da patela Doença A luxação de patela em cães é um deslocamento do sulco troclear, que pode ser medial ou lateral e ainda ter diferentes origens, como congênita, de desenvolvimento ou traumática. Essa condição prejudica diretamente a mobilidade do animal, devido à dor e ao desconforto. Esta é uma doença encontrada na maioria das raças de pequeno porte. Sintomas Os principais sintomas podem incluir dor, claudicação intermitente ou contínua e outras alterações que envolvam ossos e tecidos adjacentes. Grande parte das vezes, claudicação é uma consequência das tentativas do animal em minimizar a dor no membro durante o contato com o chão. Diagnóstico A doença é facilmente diagnosticada por meio de exames clínicos. Tratamento A doença pode ser tratada de forma clínica ou cirúrgica. A escolha do tipo de tratamento depende do histórico clínico, da gravidade do problema, da frequência das luxações e da idade do cão. Doença da valva mitral É uma doença degenerativa das valvas cardíacas, afetando, principalmente, a valva mitral, que fica do lado esquerdo do coração, porém também pode afetar a valva tricúspide, do lado direito. As valvas ficam distorcidas, o que resulta em vazamento de sangue pela valva afetada. A doença geralmente ocorre em cães idosos, porém, no Cavalier King Charles Spaniel, ela pode aparecer em indivíduos mais jovens. Diagnóstico O diagnóstico e a graduação da doença devem ser feitos pelo exame de ecocardiograma, além de Holter 24h, raio-x e aferição de pressão. Esses exames são importantes para avaliar o espessamento e a degeneração da valva, a dilatação das câmaras cardíacas, a capacidade de contração do músculo cardíaco e de bombeamento do sangue. Além disso, o Doppler é uma subespecialidade do ecocardiograma e permite a confirmação e quantificação da insuficiência valvar. Sintomas A tosse crônica é o principal sintoma, devido ao aumento do átrio esquerdo, que pressiona as vias aéreas (traqueia e brônquios). Outro sintoma é a dificuldade ao fazer exercícios. Os cães podem apresentar insuficiência cardíaca aguda, com dificuldade de respiração (dispneia) e retenção de fluido no pulmão (edema pulmonar) ou no abdome (ascite). Nos estágios mais tardios da doença, podem ocorrer desmaios, devido ao baixo fluxo de sangue no cérebro. Tratamento São necessários medicamentos, controle da atividade física e, muitas vezes, mudança na dieta. Doença do Olho seco O olho seco ou ceratoconjuntivite em cães é uma doença que resulta da redução da porção aquosa da lágrima. Ela costuma resultar da destruição imunomediada das glândulas lacrimais, quando o próprio corpo começa a reagir contra as células que produzem a lágrima para destruí-las. Essa doença resulta no ressecamento da córnea conjuntiva. Sintomas O olho seco em cachorros é um problema oftalmológico progressivo, fazendo com que haja o ressecamento, dor, secreção ocular, coceira, manchas na córnea e inflamação. Diagnóstico O olho seco é detectado, inicialmente, por meio de exames clínicos que notam alterações na aparência dos olhos. O histórico do animal também pode ajudar na detecção da doença, pois pode ser hereditária. Além do exame clínico, é possível que sejam realizados exames mais complexos, como o Teste da Lágrima de Schirmer e o Teste de Fluoresceínas. Tratamento O tratamento costuma ser realizado com o uso de colírio para olho seco em cães, entretanto, no caso da prevenção, não devem ser utilizados sem indicação de um profissional. Síndrome de caçar moscas imaginárias (Fly Catcher’s Syndrome) A doença pode ser classificada tanto como um distúrbio obsessivo-compulsivo tanto quanto uma doença neurológica (um tipo de convulsão). Cães que apresentam essa doença agem como se moscas estivessem voando sobre sua cabeça, e ficam tentando morder ou caçá-las. Parece que ocorre mais frequentemente em Cavaliers do que em outras raças, podendo ser hereditária. Sintomas Vocalização excessiva, rodopios e ato de abocanhar moscas imaginárias. Diagnóstico Exames clínicos. Tratamento Antidepressivos ou anticonvulsivantes funcionam bem na maioria dos casos. Síndrome da Queda Episódica É um distúrbio genético exclusivo do Cavalier King Charles Spaniel, devido a uma mutação de seu gene BCAN. Os primeiros sintomas geralmente acontecem a partir de 2 meses e se tornam mais frequentes entre 3 e 7 meses de idade. As crises podem durar vários minutos e são caracterizadas por exercícios induzidos, estresse ou excitação. Esta doença se estabiliza ao longo do tempo, provavelmente devido a uma compensação da deficiência de Brevican no sistema nervoso central. Sintomas Os sintomas da EFS variam, mas todos são atribuídos aos músculos do cão serem incapazes de relaxar, incluindo anormalidade da posição dos membros e comportamento anormal. Diagnóstico Como os cães são neurologicamente normais entre os episódios, o diagnóstico é feito durante as crises. Mas como é uma doença genética, é possível detectar também por meio de testes genéticos. Tratamento Fenobarbital, um barbitúrico, é frequentemente prescrito, mas é importante o acolhimento do tutor após uma crise, confortando-o e o deixando relaxado. Seringomielia (SM) ou Síndrome de Chiari-like É uma doença em que cavidades preenchidas por líquido se desenvolvem ao longo da espinha dorsal. A seringomielia é uma consequência da obstrução ao fluxo do líquido cérebro-espinhal (LCE). Nos animais, o LCE que circunda o cérebro se movimenta para frente e para trás com o pulso arterial. Se esse influxo e efluxo são obstruídos, a onda de pressão é transmitida para a medula, distendendo-a abaixo da obstrução. O resultado é a formação de cavidades ou bolsas ao longo da medula. Esta doença ocorre em várias raças de pequeno porte, mas é mais comum no Cavalier King Charles Spaniel. Diagnóstico Associação entre história clínica, exame físico e complementares. Sintomas O sintoma mais comum e relevante na seringomielia é a dor, que é, geralmente, localizada na região do pescoço. Dizem que as dores costumam piorar à noite ou pela manhã, ao se levantar, e em temperaturas extremas de frio ou calor ou quando agitados. Os cães afetados preferem dormir com a cabeça um pouco elevada e parecem ser extremamente sensíveis ao toque em um lado do pescoço, orelha ou ombro. Além disso, alguns bichinhos costumam coçar uma área do pescoço, orelha ou ombro. Tratamento O veterinário pode receitar o uso de diuréticos para diminuir a quantidade de líquor e reduzir a pressão no canal medular. Pode usar ainda inibidores da bomba de prótons, antagonistas de receptores H2, analgésicos neurogênicos e corticoides. De acordo com o quadro, cirurgias descompressivas podem ser recomendadas.